Haddad se reuniu com Lula antes de presidente dizer que governo “dificilmente” zerar meta fiscal

Ao admitir que a meta fiscal “não precisa ser zero”, o presidente abre caminho para que, na prática, haja uma revisão da meta prometida por Haddad.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram na manhã da última sexta-feira (27/10), no Palácio do Planalto, antes de Lula falar que o governo não deve cumprir a meta de zerar o déficit primário nas contas públicas em 2024. O encontro não constava na agenda oficial.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom | Agência BrasilO próprio ministro da Fazenda já chegou a dizer que o mais importante do que alcançar o déficit zero é perseguir essa meta.
O próprio ministro da Fazenda já chegou a dizer que o mais importante do que alcançar o déficit zero é perseguir essa meta.

Foi a primeira vez que Lula deu uma declaração no sentido contrário ao compromisso firmado por Haddad. Em café da manhã com jornalistas, o presidente afirmou que, na sua avaliação, o mercado “é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida”.

“Sei da discussão do Haddad, da minha disposição. O que eu quero dizer é que nós dificilmente chegaremos à meta zero”, disse Lula.

Embora não tenha havido reação pública de Haddad e dos demais integrantes da equipe econômica do governo, o próprio ministro da Fazenda já chegou a dizer que o mais importante do que alcançar o déficit zero é perseguir essa meta.

Neste contexto, a declaração de Lula ganha ainda mais peso. Ao admitir que a meta fiscal “não precisa ser zero”, o presidente abre caminho para que, na prática, haja uma revisão da meta prometida por Haddad.

“Tudo o que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai cumprir, o que eu posso dizer é que ela não precisa ser zero, a gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que eu tenho que começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país. Se o Brasil tiver um déficit de 0,25% (do PIB), o que é 0,25%? Nada. Nós vamos tomar a decisão correta”, disse o presidente.

Fonte: JTNEWS com informações da CNN Brasil

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