Lideranças religiosas cobram da OAB-PI providências quanto aos episódios de intolerância e racismo religioso

Acometidos pelas últimas notícias de intolerância e racismo religioso manifestada por um advogado inscrito no quadro da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, em grupo criado por advogados (as) e denominado OAB-PIAUÍ (WhatsApp), inúmeras representações religiosas solicitaram da OAB-PI reunião para discutir a temática a partir das perspectivas das lideranças de matrizes.

Foto: Noélia Sampaio

Lideranças religiosas cobram da OAB-PI providências quanto aos episódios de intolerância e racismo

A Família Franciscana do Piauí protocolou ofício junto à instituição solicitando reunião entre líderes religiosos de matrizes africanas e a Presidente da OAB-PI em exercício, Dra. Daniela Freitas, e Presidentes de Comissões Temáticas da OAB-PI.

O encontro aconteceu nessa quarta-feira (13/07) e o que era pra ser uma reunião se tornou uma conferência com a presença de mais de 63 pessoas, dentre elas diversos (as) líderes religiosos(as) da Umbanda, Candomblé, Quimbanda, Xangô e também do Espiritismo (kardecista).

Estiveram presentes compondo falas relevantes para o debate: Dr. Raimundo (Movimento Nacional de Direitos Humanos), Fabrício Dias (Serviço de Diálogo e Paz da Família Franciscana do Piauí), Dra. Marcela (NUPEC/Rede de Observatórios de Segurança/UFPI), Dr. Cantuária Filho (advogado e umbandista – Servos de Maria), Pai Rondenele (Articulação Nacional dos Povos Africanos), Mãe Elfrazina de Iansã (Coordenadora da Rede de Religiões Afro no Estado do Piauí), Pai Ítalo, representantes da Casa de Axé Ona Ayo Osagyan, Dra. Tamyres Taynã (advogada e representante de Ilé de Iansã – devotos de Santa Bárbara), Dr. Vinícius Moraes (Comissão de Direitos Humanos da ANACRIM - Associação Nacional da Advocacia Criminal / Piauí), Pai Francisco Sousa, Ministros de Kango, Pai Luiz de Oxossi (Congá de São Sebastião), Dra. Noélia Sampaio (Presidente da AATEPI - Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado do Piauí e militante dos direitos humanos), Dra. Jéssica Lima (advogada, franciscana e propositora da reunião).

O encontro contou, ainda, com o apoio e presença da Rede de Observatórios de Segurança do Estado do Piauí, do Núcleo de Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Jovens (NUPEC - UFPI), do Núcleo de Direito Racial da APAC (Associação Piauiense da Advocacia) e das Comissões Temáticas da OAB-PI (Direitos Humanos, Assistência Judiciária, Igualdade Racial e Liberdade Religiosa).

A reunião teve como pauta a apuração do caso de intolerância e racismo religioso praticados contra a Governadora do Piauí, Regina Sousa, em um grupo do WhatsApp composto por advogados; a proposta de inclusão das religiões de matriz africana na política interna da OAB-PI; bem como, visita da Comissão de Intolerância Religiosa e Igualdade Racial aos terreiros violentados em Teresina. Na oportunidade, foram feitas proposituras de reparação, punição, sensibilização e, sobretudo, de prevenção contra o crime de intolerância e racismo religioso.

A Dra. Daniela Freitas, presidente da OAB-PI em exercício, firmou perante todos o compromisso da instituição de encaminhar a referida denúncia ao TED (Tribunal de Ética e Disciplina) e à OUVIDORIA da da OAB-PI, além da continuidade da discussão dessa temática com outras reuniões cíclicas e de maior inclusão.