Mauro Cid transferiu R$ 367 mil para conta nos EUA após ataques do 8 de janeiro
Extrato ainda mostra que militar enviou remessa ao Brasil mesmo depois de já estar preso.O tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência de Jair Bolsonaro (PL), transferiu R$ 367.374,56 para uma conta bancária nos Estados Unidos em 12 de janeiro deste ano, quatro dias após o ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O montante foi enviado para uma conta do próprio Cid no BB Americas, braço da instituição financeira brasileira no exterior. A transferência teve como referência uma taxa cambial de cerca de R$ 5,20, e a conversão resultou num total de US$ 70.500.
![O tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento à CPI do 8 de Janeiro, no Senado Federal, em Brasília.](/media/image_bank/2023/8/o-tenente-coronel-mauro-cid-durante-depoimento-a-cpi-do-8-de.jpg)
Um dos informes ainda aponta que o militar enviou uma remessa de dinheiro significativa ao Brasil mesmo depois de já estar preso. Em 25 de julho deste ano, a conta bancária de Cid emitiu, por meio do sistema financeiro internacional, uma ordem de pagamento no valor de US$ 34.391,11, que foram convertidos em R$ 161.664,92.
A quantia foi enviada por uma conta de Cid no Wells Fargo Bank, nos EUA, e liquidada no dia 1º deste mês.
As movimentações constam em um extrato de operação de câmbio do Banco do Brasil, obtido pela coluna. O documento foi enviado à CPI do 8 de janeiro, que requisitou a quebra de sigilo ao Banco Central, e ao Serviço de Perícias em Contabilidade da Polícia Federal (PF).
Outros registros financeiros do ex-ajudante de ordens ainda apontam que Cid aplicou ao menos R$ 250 mil em investimentos de renda fixa, por meio das modalidades CDB e CDI, em uma conta nacional. O depósito foi feito por ele em 13 de março de 2020 —antes disso, o saldo estava zerado.
Em 30 de abril daquele ano, após alguns saques, o valor total caiu para R$ 135.500. As retiradas se tornaram mais frequentes nos meses seguintes, e Cid chegou a maio de 2021 com a aplicação zerada. Já em junho de 2021, ele voltou a investir, obtendo um saldo de R$ 30 mil.
Os registros bancários contemplam movimentações feitas entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de julho deste ano, a pedido da CPI. Os documentos chegam às mãos dos parlamentares em um momento em que uma nova convocação de Cid perante o colegiado é demandada.
Procurada, a defesa de Mauro Cid ainda não se manifestou.
Como revelou a coluna neste mês, Cid deu entrada em um procedimento para enviar remessas de dinheiro ao exterior dias antes de deixar o Brasil ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro, em dezembro de 2022.
O próprio ex-mandatário abriu conta em uma agência de Miami (EUA) do BB Americas nova dias antes de embarcar para o país estrangeiro.
![Mauro Cid, ex-assessor assistente de Bolsonaro](/media/image_bank/2023/8/mauro-cid-ex-assessor-assistente-de-bolsonaro.jpg)
"Solicito a emissão de uma ordem de pagamento para o exterior, na moeda indicada ou seu equivalente na do país do beneficiário, a débito de minha conta de depósito abaixo indicada, bem como das respectivas tarifas, tributos e demais despesas", afirmavam os termos assinados pelos dois.
Procurado pela coluna, o Banco do Brasil afirma, em nota, que não comenta movimentações financeiras de seus clientes ou ex-clientes.
"O Banco do Brasil e todas as empresas do seu conglomerado possuem protocolos rígidos de acompanhamento das movimentações financeiras de seus clientes e respeita integralmente a legislação e regulamentação bancária em todos os países onde atua", diz a instituição.
"Todo indício de irregularidade em movimentação financeira é prontamente comunicado aos órgãos reguladores, seja no Brasil ou no exterior. Em respeito ao sigilo bancário, o BB não comenta movimentações financeiras específicas de seus clientes ou ex-clientes", finaliza.
O BB Americas é a mesma instituição financeira em que o pai de Mauro Cid, o general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, é cliente.
Recentemente, Lourena Cid foi alvo de uma operação de busca e apreensão da PF que apura indícios de que Bolsonaro teria utilizado a estrutura do governo federal para desviar joias e presentes de alto valor oferecidos por autoridades estrangeiras.
Fonte: JTNEWS com informações da Folha de S.Paulo
Comentários
Últimas Notícias
-
Segurança Pública Comissão aprova criação de cadastro de foragidos do sistema prisional
-
Política Credibilidade aponta empate técnico de Francisco Emanuel e Dr. Hélio em Parnaíba
-
Geral Idosa é vítima de latrocínio dentro de residência na zona Sudeste de Teresina
-
Geral Mulher é encontrada morta dentro de casa em Barras; marido é preso em flagrante
-
Geral No Brasil, 9,6 milhões saíram da condição de extrema pobreza em 2023
Blogs e Colunas
Mais Lidas
-
Geral Influenciadora trans engravida mulher durante gravação de conteúdo adulto e diz estar apavorada
-
Geral Será que o Governo vai cortar os benefícios de quem precisa?; por Grazi Mantovaneli
-
Geral PREFÁCIO
-
Segurança Pública Liderança do Bonde dos 40 em Teresina é preso pelo GAECO do Maranhão
-
Geral Yuri Lima admite traição a Iza: "Fui um idiota e acabei perdendo tudo"