Missouri processará China por "pandemia desnecessária e evitável"

O processo diz que os líderes chineses fizeram pouco para impedir a propagação da COVID-19

O estado norte-americano do Missouri vai processar o governo chinês e outras instituições de relevo por considerar que o papel que desempenharam na pandemia no Novo Coronavírus prejudicou fortemente essa região dos Estados Unidos (EUA).

Foto: Mary F. CalvertEstado norte-americano alega fortes prejuízos à região
Estado norte-americano alega fortes prejuízos à região

Entre a lista de acusações, o Missouri alega que a potência asiática poderia ter evitado a pandemia.

“As autoridades chinesas enganaram o público, suprimiram informação crucial, detiveram denunciadores, negaram que a transmissão acontecesse de pessoa para pessoa apesar das provas, destruíram investigações médicas, permitiram que milhões de pessoas fossem expostas ao vírus e monopolizaram equipamento de proteção pessoal”, diz o processo lançado pelo Missouri.

Tudo isso causou “uma pandemia global que era desnecessária e evitável”, afirma o documento, citado pela CNN. A decisão de avançar com o processo foi anunciada nessa terça-feira (21) pelo procurador-geral do Missouri, Eric Schmitt.

O estado norte-americano alega que, no momento em que a comunidade médica chinesa já sabia que o vírus se transmitia entre humanos, a China não informou a Organização Mundial da Saúde.

Especialistas da área jurídica acreditam que o processo lançado pelo Missouri não terá muita possibilidade de avançar, uma vez que a China se encontra protegida por imunidade soberana.

O processo diz ainda que os líderes chineses fizeram pouco para impedir a propagação da COVID-19, tendo permitido que milhares de pessoas viajassem para a cidade de Wuhan, onde teve início o surto, em um momento em que já havia muitos infectados.

“Por volta do dia 16 de janeiro, e apesar de saberem dos riscos, os líderes de Wuhan organizaram um jantar festivo para 40 mil habitantes, aumentando o potencial alastramento do vírus. Os réus permitiram eventos públicos em massa e entradas e saídas de Wuhan, apesar de conhecerem os riscos da COVID-19, incluindo o da transmissão entre pessoas”, afirma o texto.

O Missouri alega ainda que as autoridades chinesas inicialmente reprimiram os profissionais de saúde que divulgaram informação sobre o Novo Coronavírus, incluindo o médico Li Wenliang, considerado o primeiro a alertar o público sobre o surto, que foi acusado pela polícia de Wuhan de lançar comentários falsos na internet. Wenliang acabou por morrer com COVID-19.

A China é também acusada de ter monopolizado equipamentos de proteção individual numa fase em que ainda ocultava a dimensão do surto. O “pouco material” que o país asiático partilhou tem sido “defeituoso”, acusa o Missouri.

O estado conclui que todas essas ações originaram “enormes” danos econômicos em todo o mundo, algo que não se deve deixar passar em branco. No Missouri, "literalmente todas as pessoas" foram afetadas por essa crise pandêmica, diz o documento assinado pelo procurador-geral.

“Antes da pandemia, o Missouri tinha uma das mais baixas taxas de desemprego da última década, mas agora tem a mais alta desde a Grande Depressão”, afirma o processo.

“A resposta à pandemia exigiu o encerramento de negócios, a interrupção da produção e do comércio e o deslocamento de trabalhadores”.

No Missouri há mais de 6 mil casos confirmados de COVID-19 e 229 pessoas morreram da doença, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins.

Fonte: Agência Brasil

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