Na estreia de Zanin, STF retoma julgamento da criação do Juiz de Garantias
A criação do juiz de garantias foi estabelecida nas leis do chamado “pacote anticrime” apresentado por Sergio Moro (União-PR) em 2019, quando era ministro da JustiçaNa pauta desta quarta-feira (09/8), o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento das ações que tratam da implementação do juiz de garantias no processo penal brasileiro. O processo é o primeiro caso de grande repercussão a receber voto do ministro Cristiano Zanin, mais recente magistrado da suprema corte, empossado na semana passada.

A criação do juiz de garantias foi estabelecida nas leis do chamado “pacote anticrime” apresentado por Sergio Moro (União-PR) em 2019, quando era ministro da Justiça. O projeto original não tratava do assunto, mas a nova categoria de magistrado foi implementada após uma mudança proposta pelo ex-deputado Marcelo Freixo, opositor de Moro. A proposta é uma das principais pautas da corrente garantista do Direito Penal, oposta ao punitivismo defendido pelo ex-ministro.
O juiz de garantias serviria como um segundo encarregado dos processos penais, ficando responsável pelas decisões preliminares, adotadas ao longo do processo investigativo. O juiz de Direito, dessa forma, fica encarregado apenas pela sentença, ficando afastado do trâmite investigativo. Zanin é um dos defensores dessa divisão, alegando que a participação do magistrado ao longo da investigação pode comprometer suas decisões no final do processo.
A lei que cria o juiz de garantias foi aprovada em 2020, mas foi questionada no STF pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). De acordo com a instituição, a distinção entre um juiz para o processo investigativo e outro para o processo jurídico viola a indivisibilidade do juízo, violando o princípio do juiz natural, previsto na Constituição. Ela também carece de critérios para definir como deverá ser feita a implementação.
O caso ficou sob relatoria de Luiz Fux, que em junho defendeu a inconstitucionalidade do juiz de garantias. Ele entende que, na prática, a lei cria uma “presunção generalizada de que qualquer juiz criminal do país tem tendências comportamentais típicas de favorecimento à acusação”, não havendo margem para isso na Constituição, e sim mecanismos processuais próprios para alegação de incompetência do juiz.
O ministro também criticou os efeitos administrativos da lei, que obriga cada comarca a estabelecer varas judiciais específicas para os juízes de garantias e juízes de instrução. No seu entendimento, isso viola a autonomia dos tribunais, além de poder resultar na interrupção de todas as ações penais em andamento no Brasil.
Fonte: JTNEWS com informações do Congresso em Foco
Comentários
Últimas Notícias
-
Geral Prefeitura de Codó-MA firma contrato de R$ 600 mil com escritório de advocacia para consultoria em licitações
-
Piauí Sem garantias de execução, Prefeitura de Campo Maior (PI) firma contrato de R$ 19 milhões para serviços terceirizados
-
Piauí Câmara de Teresina firma contrato de R$ 40 mil para compra de toners e cartuchos de impressora
-
Piauí Prefeitura de Piripiri (PI) realiza contratação de R$ 400 mil para show de Tarcísio do Acordeon
-
Segurança Pública Homem é assassinado com três tiros no bairro Novo Horizonte em Teresina
Blogs e Colunas
Mais Lidas
-
Piauí Prefeitura de Parnaíba (PI) fecha contrato de mais de 10 milhões com hospital a 700 km e não divulga documentos
-
Geral Duas pessoas morrem após colisão entre motocicletas na BR 343 em Teresina
-
Justiça Prefeita de Piripiri ignora alerta do TCE-PI e realiza seletivo ilegal com gastos acima do limite
-
Segurança Pública Jornalista cearense denuncia desaparecimento de 270 armas do arsenal da SAP em Fortaleza
-
Justiça Justiça determina reenquadramento funcional de servidor público do Piauí e pagamento retroativo de salários