'Não tenho o liberalismo de Paulo Guedes', diz Tebet em evento em São Paulo
Na FGV, ministra afirmou que faltou planejamento nos últimos anos e disse esperar Reforma Tributária até dezembro.A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nesta segunda-feira (25) que o Brasil subestimou nos últimos anos a importância de planejar ações e políticas públicas e que, sem isso, não há desenvolvimento. Ela também destacou diferenças com o governo anterior.
Em um fórum de economia coordenado pelo Centro de Estudos do Novo Desenvolvimento da FGV (Fundação Getulio Vargas), em São Paulo, a ministra destacou que o primeiro ato do governo passado, do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi extinguir o Ministério do Planejamento e delegar a pasta ao segundo ou terceiro plano, ao incorporá-la ao Ministério da Economia, sob o guarda-chuva de Paulo Guedes.
"O Brasil já teve planos e metas, mas mesmo naqueles momentos, eles não saíam no papel. Nos últimos quatro anos, quando o Brasil mais precisou de uma carta náutica para chegar em um porto seguro, ficamos em uma tempestade perfeita, sem saber o rumo. A falta de planejamento nos leva à miopia", disse Tebet, que havia sido aplaudida pelo público no auditório da instituição antes mesmo de começar a discursar.
"Ficamos quatro anos sem construir uma casa, desconstruímos o Farmácia Popular. Não estou fazendo críticas, estou apenas olhando para o Orçamento", destacou.
Em mais um gesto para se diferenciar do governo anterior, Tebet admitiu ter visões diferentes de muitos dos apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem é ministra, mas reforçou que também possui uma visão de mundo diferente da de Guedes.
"Não tenho o liberalismo de Paulo Guedes, muito longe disso, para mim não tem essa história de Estado mínimo, apenas o Estado necessário para as pessoas. A responsabilidade do Estado, por exemplo, é servir o seu povo em relação à saúde e educação; na infraestrutura, podemos avançar com parcerias público-privadas", disse, provocando mais aplausos.
A ministra, então, enumerou medidas que o governo tem tomado para reforçar o planejamento, como o PPA (Plano Plurianual), com a participação da sociedade para o estabelecimento de metas de médio prazo e que englobam diferentes ministérios.
Durante uma plenária em Fortaleza, no dia 26 de maio, a ministra havia reiterado que o PPA deveria ser o mais participativo já feito. "Percorremos as 27 capitais em dois meses, a pergunta era simples: 'qual é o Brasil que você quer para os próximos quatro anos?' Para a surpresa de muitos, não minha, o povo soube responder com maestria", disse no evento em São Paulo.
Na palestra, ela também afirmou ter confiança na aprovação da Reforma Tributária até o fim do ano e disse nunca ter visto um consenso e engajamento em torno do tema como agora.
"Sem planejamento não é possível se gastar bem e nunca vi tão madura a discussão sobre a Reforma Tributária, a média de crescimento do Brasil nos últimos anos é de vergonhoso 1%, só teremos condição de crescer de forma responsável com a reforma."
"Essa reforma tributária do consumo é a reforma da indústria. Tudo hoje vai para o custo da empresa, maior investimento público em ciência, tecnologia e inovação", completou em seguida.
Pouco antes da palestra, a ministra disse a um grupo de jornalistas que a equipe econômica pode ser obrigada a fazer um bloqueio "significativo" de recursos orçamentários, caso haja frustração de receitas e o governo seja obrigado, ainda, a fazer uma despesa adicional elevada com saúde para cumprir o gasto mínimo exigido pela Constituição.
"Podemos não estar falando de 'shutdown', mas estamos falando de políticas públicas, como Minha Casa Minha Vida, políticas públicas na área social, e não são poucas. Mas acredito que a boa política vai imperar no sentido de saber interpretar a Constituição à luz do interesse maior da sociedade brasileira", ponderou a ministra.
Fonte: JTNEWS com informações da Folha de S.Paulo
Comentários
Últimas Notícias
- Política Pactos pelo Piauí reunirá mais de 200 prefeitos eleitos e reeleitos nesta quinta (21)
- Cultura Consciência Negra: legado de Júlio Romão e o 'débito' que o Piauí tem com sua memória
- Geral Dr. Carlos Júnior promete uma OAB para todos: "Conheço as dores da advocacia nos fóruns"
- Geral Debate com candidatos a presidente da OAB-PI acontece nesta quinta (21)
- Segurança Pública Operação Mute avança em sua 6ª fase com ações estratégicas no combate ao crime organizado em presídios
Blogs e Colunas
Mais Lidas
- Geral Confira o que abre e fecha no feriado da Consciência Negra nesta quarta-feira (20) em Teresina
- Geral Coronel tramou morte de Moraes com dados roubados após batida de carro
- Segurança Pública Menor suspeito de executar adolescente afirma ter prazer em matar, diz delegado
- Segurança Pública Justiça determina prisão domiciliar de médica presa em operação contra lavagem de dinheiro
- Geral Candidato à presidência da OAB/PI critica falta de representatividade e defende valorização da advocacia