Nesta sexta-feira o Projeto 'Estrela Dinha Oliveira', para mulheres policiais penais será lançado nacionalmente
O projeto é organizado pelo grupo: 'Policiais Penais Mulheres em Ação', o qual visa acompanhar as mulheres que trabalham no sistema prisional, numa perspectiva de prevenção em saúde mentalNesta sexta-feira (11/06) às 18:00 h será lançado oficialmente, o Projeto Piloto 'Estrela Dinha Oliveira', organizado pelo grupo: Policiais Penais Mulheres em Ação, tendo à frente da realização, o Instituto Amandoeiras. Trata-se de uma reunião de acolhimento que visa atender demandas ligadas ao emocional de quem adoece no cárcere ou em razão de outros fatores relacionados à profissão e vida pessoal.
O convite é feito pela organizadora do projeto, presidente do Instituto Amendoeiras e também professora de história, a policial penal, Sandra de Almeida Figueira, do Rio de Janeiro.
"O projeto leva o nome da companheira de profissão, Claudia Oliveira. Uma homenagem póstuma em virtude do seu falecimento causado por complicações da COVID-19, vírus causador da pandemia," informou Sandra Figueira, organizadora do Projeto.
O evento acontecerá de forma virtual por meio da plataforma Zoom, às 18 hras, no horário de Brasília (DF). A reunião é direcionada para todas as policiais ou trabalhadoras do sistema prisional do país.
Além da reunião virtual de apresentação pública, um formulário digital de perguntas ficará disponibilizado por um prazo de 30 dias, onde o projeto realizará uma pesquisa de público alvo (Mulheres Policias Penais) afim de conhecer melhor cada integrante.
Projeto Policiais Penais Mulheres em Ação
O Projeto foi organizado pela policial Sandra de Almeida, juntamente com outras mulheres policiais penais do Rio de Janeiro, com apoio de mulheres de outros estados e profissões.
Segundo a organizadora do evento, a criação do projeto tem a ver com questões de avaliação do que acontece dentro da profissão. Sandra é formada em história, atua como professora, e durante sua formação, desenvolveu pesquisas sobre o sistema prisional nacional e internacional.
Sandra fala que quando ingressou no sistema, no ano de 1996, viu uma portaria dizendo que o preso vigia o guarda o tempo todo. "Aquilo mexeu muito comigo, porque já me chocava as relações das prisões que não era igual ao que os livros falavam. Os autores estrangeiros se baseavam em coisas e história das prisões na Europa, mas não cabia para a gente [Brasil]".
Nos seus estudos, Sandra se aprofundou sobre a situação prisional do Brasil, onde o plano não seguia o modelo panóptico europeu [conceito estudado por Focault, que remete à ideia de visão total, sendo que “pan” significa tudo e “óptico” visão]. As prisões nacionais possuiam posições verticais, que muitas vezes possibilitava as rebeliões.
"Isso cria um estresse, um adoecimento profissional imenso". Foi quando o projeto surgiu. O objetivo era acompanhar os servidores e identificar problemas psicológicos, como depressão, alcoolismo entre outros, ocasionados pelas condições de trabalho, problemas de estrutura, e até mesmo por problemas pessoais.
Fonte: JTNEWS
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