OE Kaiapó fala ao JTNEWS acerca das manifestações ocorridas em Brasília nesta semana em defesa dos direitos indígenas
Nos últimos dias, grupos indígenas protestaram contra a votação de projeto que trata de demarcação, uso e gestão das terras indígenas sem que eles tenham participado da elaboração das proposiçõesBRASÍLIA-DF. Nesta semana, um grande grupo de índios protestaram na Câmara dos Deputados, em Brasília contra o Projeto de Lei 490/2007, apresentado pelo deputado Homero Pereira (PR-MT), que trata da demarcação de terras indígenas, e a PEC 215 (Proposta de Emenda à Constituição) que altera as regras para a demarcação de terras indígenas, de remanescentes de comunidades quilombolas e de reservas.
Em entrevista ao JTNEWS, uma das representantes do movimento, OE Kaiapó, da Terra Indígena Kaiapó no interior do Pará, falou sobre a motivação do movimento. "Não tivemos consulta sobre isso [sobre o projeto de lei e a PEC]. Isso não foi dialogado com o povo indígena e várias regiões vão ser afetadas, caso ela seja aprovada. A gente não quer isso, porque ela ameaça todos nós, nosso meio ambiente, nosso território e nosso futuro", declara a representante indígena OE Kaiapó.
A luta pelo arquivamento desses projetos que envolvem as terras indígenas, tem sido demonstrada de forma pacífica e cultural durante todas as manifestações em que os povos indígenas organizaram.
Durante toda a cobertura feita pelo JTNEWS nesse último dia 16 de junho, em Brasília (DF), foi observado que os relatos de todos os presentes ao ato, manifestavam o desejo de que seus direitos sejam respeitados, e que a grande angústia da maioria partia do fato de as autoridades não os escutarem.
A falta de representividade dessa comunidade, nas decisões governamentais que envolvem diretamente a vida e ancestralidade do povo indígena acabou sendo tema do discurso da deputada federal Joênia Wapichana (REDE) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
Na reunião que acontecia enquanto os indígenas manifestavam pacificamente nas principais portarias da Câmara dos Deputados, Joênia, que é advogada e também a primeira mulher indígena a exercer a profissão no Brasil, criticou a falta de diálogo e indiferença da casa Legislativa em relação aos direitos constituicionais dos índios e desrespeito á Contituição, já que as terras indígenas são garantias constituicionais.
"A gente quer diálogar, queremos que nos recebam. Seria importante que eles [parlamentares] ouvissem o povo indígena" finaliza a representante OE Kaiapó, sobre a luta indígena pelos seus direitos por representividade.
Fonte: JTNEWS
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