"Se for para tirar a dor desses pais, que me condenem", diz produtor da banda que tocava na boate Kiss
Luciano Augusto Bonilha Leão foi o segundo réu a depor a respeito da morte de 242 pessoas na maior tragédia da história gaúchaNesta quinta-feira (09/12), Luciano Bonilha Leão foi o segundo réu pelo incêndio na boate Kiss, a ser ouvido durante o julgamento sobre o incêndio, em Porto Alegre, no 9º dia de júri.
“Mesmo sabendo que sou inocente, que sou uma vítima, se [é] para tirar a dor dos pais (...) eu 'tô' pronto, me condenem. Mesmo sabendo [que sou inocente], mas que tire a dor dos pais”, afirmou durante seu depoimento.
Bonilha é o produtor musical da banda Gurizada Fandangueira que comprou o artefato pirotécnico usado naquela noite, e que causou o fogo."Esses pais 'tão' legítimos de lutarem por Justiça para os filhos dele, mas eu digo que tenho a consciência muito tranquila de que não foi meu ato que causou essa tragédia, que tirou a vida desses jovens", completou.
Segundo Bonilha, a banda realizou outros shows com efeitos pirotécnicos sem nenhum problema registrado. Na boate Kiss, ele contou que duas apresentações do grupo tiveram uso desses recursos, após uma reforma na casa noturna, porém, o teto havia sido rebaixado e houve o revestimento de espuma - por um tipo tóxico, que só piorou a tragédia. O produtor afirmou desconhecer as mudanças que ocorreram na boate.
Em outra parte do depoimento, Bonilha se emocionou, chorou e revelou que perdeu sua fé em Deus depois da tragédia de 2013.
“Não sou assassino”
Luciano Bonilha Leão chamou atenção no primeiro dia do julgamento ao chegar ao tribunal passando mal, chorando muito e gritando "não sou assassino". Naquela ocasião, o réu precisou ser levado ao atendimento médico.
As famílias das 242 vítimas, e outros 636 feridos, esperam uma resposta da Justiça sobre a tragédia, que ocorreu durante o show do grupo. A expectativa é de que o júri dure entre 10 e 15 dias.
“Querem me prender, me prendam. Eu estou cansado”, diz dono da boate Kiss em depoimento ao júri
O sócio proprietário da casa noturna, Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, durante o depoimento afirmou que pensou em se suicidar após o incêndio que matou 242 pessoas, em 2013. Ele disse estar cansado. “Querem me prender, me prendam. Eu estou cansado”.
Fonte: JTNEWS com informações do Terra
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