Sete dicas práticas para reduzir o consumo de energia elétrica em casa

Desligar aparelhos eletrônicos da tomada e ficar atento à eficiência de eletrodomésticos são algumas das dicas para economizar energia elétrica

Além do aumento da temperatura, do crescimento do nível do mar e da maior incidência de desastres naturais, existe outro problema diretamente relacionado com as mudanças climáticas: os altos preços da conta de energia elétrica.

Foto: ReproduçãoGastos com energia e água podem aumentar durante quarentena
Economia de energia

Atualmente, de acordo com relatório da Fundação Heinrich Böll, que utilizou dados do Sistema de Informação Energética da América Latina e Caribe da Organização Latino-Americana de Energia, grande parte da energia utilizada nesta região é obtida de fontes fósseis, seguida por hidrelétricas. Já a participação de energias renováveis nas matrizes energéticas dos países latino-americanos não passa, em média, de 16%. 

Considerando esse cenário, os efeitos das mudanças climáticas – como secas mais prolongadas, por exemplo – e o caráter não-renovável dos combustíveis fósseis, é de se esperar um aumento nos custos de geração de energia. Esse maior valor acontece, principalmente, pela falta de matérias-primas usadas na produção de energia, como a água, o carvão e o petróleo. 

O que é consumo consciente de energia?

É cada vez mais importante que governos invistam em fomentar uma mudança de comportamento na hora das pessoas consumirem energia. Não só para colaborar com medidas de preservação do meio ambiente, principalmente em países mais dependentes de fontes fósseis de energia, como a Argentina, por exemplo, onde 63% da energia elétrica é não-renovável, mas também para não sofrer com as contas no fim do mês.

Há sugestões que podem ser adotadas e são atemporais. Abaixo listamos um compilado de orientações da Agência Chilena de Eficiência Energética (AChEE), Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que é brasileira, e Guia de Uso Responsável da Energia da Secretaria de Energia da Argentina, todas com um único objetivo: ajudar a economizar na energia elétrica dentro de casa.  

Para economizar energia elétrica: atenção às tomadas

Nossos aparelhos eletrônicos continuam a puxar energia enquanto estão plugados na tomada, mesmo que não estejam em uso. É o famoso modo stand-by. Umas das dicas que a AChEE é lembrar de desconectar carregadores de celulares e notebooks, televisores e outros eletrônicos da tomada quando não estão em uso.

Outra sugestão simples é deixar seu eletrônico em modo de economia de energia e com a tela desligada se você precisar se ausentar por um determinado momento. Alguns notebooks até permitem que o usuário determine o tempo de inatividade antes do aparelho entrar em modo repouso. 

Diminua o uso de eletrodomésticos para economizar

Os eletrodomésticos estão entre os principais vilões da conta de luz. De acordo com o Atlas da Eficiência Energética da EPE, no Brasil, por exemplo, o principal destino da energia em residências são os equipamentos elétricos e eletrônicos. Para economizar, é possível aplicar algumas dicas que diminuam o uso energético desses aparelhos.

Por exemplo, ligue a máquina de lavar roupas em sua capacidade máxima, acumulando mais roupas para uma única lavagem –você lava a mesma quantidade de roupas com menos energia. E lembre-se de tirá-la da tomada quando não estiver usando. A mesma dica também vale ao passar roupas. 

Prefira aparelhos mais eficientes energeticamente

Muitos países e empresas utilizam métodos para indicar ao consumidor quais produtos apresentam melhores níveis de eficiência energética. Ainda segundo o documento da EPE, políticas de padrões e de etiquetas em equipamentos e eletrodomésticos são algumas das principais medidas para melhorar a eficiência energética nos domicílios.  

É possível encontrar dados que informam o nível de eficiência energética de um produto. Segundo a AChEE, as etiquetas vão desde D (menos eficiente) até A+++ (mais eficiente). 

No Brasil, além das etiquetas padrões também há o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), coordenado pelo Inmetro. Seja em refrigeradores, notebooks e televisores, a etiqueta fornece informações mais detalhadas sobre o consumo de energia dos equipamentos, permitindo ao consumidor escolher os que gastam menos eletricidade.

Não esqueça de apagar as luzes

Quem é um pouco mais velho deve lembrar da pergunta irônica que virou como um ditado nos lares brasileiros: “Você é sócio/a da Light?" (ou da Eletropaulo, Celg, Cemig, enfim, as diferentes concessionárias responsáveis pela distribuição da energia nos estados brasileiros).

Nessa simples frase tem uma das dicas de ouro para a economia de energia em casa: desligue as luzes ao sair do cômodo. 

Outra sugestão é trocar as lâmpadas de casa por luzes de LED. Elas são mais econômicas, duráveis e iluminam até mais do que as lâmpadas tradicionais. Apostar em mais pontos de luz natural e pintar paredes e tetos com cores claras também ajuda.

Segundo a AChEE, essas medidas podem economizar até 5% de eletricidade. Para os adeptos d teletrabalho, também é possível diminuir o uso de energia iluminando diretamente as áreas de trabalho. Uma lâmpada de 40 watts em uma luminária de mesa ilumina melhor do que uma lâmpada de 200 watts no teto. 

Banhos mais rápidos consomem menos energia

Se você tem chuveiro elétrico em casa sabe que quanto menos tempo ligado, menos energia ele gasta. Para economizar, banhos mais rápidos e menos quentes são o ideal. 

Outra possibilidade é instalar um sistema de aquecimento de água por luz solar. Segundo o Atlas da EPE, a utilização da energia solar pode, além de reduzir o gasto total com energia, ajudar na redução de emissões de gases de efeito estufa por ser uma fonte de energia limpa.  

Esse sistema utiliza a energia fornecida pelo sol exclusivamente para esquentar a água a ser utilizada em uma casa ou ambiente comercial. As instalações que convertem a radiação solar em calor para a água consistem em um coletor solar – responsável pela absorção da radiação do sol – e um boiler, onde a água aquecida fica armazenada até que seja usada. 

Com esse sistema, problemas relacionados a picos de consumo de eletricidade também diminuem. Banhos em horários nos quais mais pessoas estão utilizando esse recurso energético podem aumentar muito o gasto, o que gera, em certos casos, uma ampliação no preço do Kwh e, consequentemente, um aumento no valor da conta de luz.

Mas é importante destacar que um sistema de aquecimento solar não elimina completamente a dependência da energia elétrica se o local onde ele for instalado tiver baixa incidência da luz natural. 

Geladeira: a que mais consome energia na cozinha 

A geladeira é um dos aparelhos domésticos que mais suga energia elétrica. Por isso, é importante prestar atenção em alguns hábitos e especificações que melhoram a eficiência energética do refrigerador. 

O Guia de Uso Responsável argentino traz alguns conselhos práticos para diminuir o uso energético do seu refrigerador. Primeiro, quando for comprar uma geladeira, sempre verifique as etiquetas energéticas e opte pelas classes A, A+ ou A++. E não leve para casa uma geladeira maior do que você precisa. 

Um hábito comum é deixar a porta do eletrodoméstico aberta por minutos a fio, seja para escolher o almoço ou, talvez, “assistir” ao que acontece com os mantimentos guardados. Isso faz com que o refrigerador use mais energia para manter seu interior frio, portanto, abra a porta da geladeira apenas quando e pelo tempo que for necessário. 

Evite colocar alimentos ainda quentes no interior e verifique se as borrachas da porta estão bem vedadas. Também é importante regular a temperatura do aparelho de acordo com a estação do ano para melhorar a eficiência e não desperdiçar energia.

Outro ponto é sempre manter a parte traseira do aparelho livre de sujeira. Faça uma limpeza pelo menos uma vez por ano, isso economiza energia elétrica, pois o acúmulo de poeira reduz o desempenho do refrigerador e aumenta o consumo. 

Como gastar menos energia para controlar temperatura do seu ambiente 

Quem mora em países onde o verão é bem generoso sabe que tem dias em que o ventilador ou o ar-condicionado não tem descanso. Mas há algumas dicas para não gastar tanta energia se o objetivo é deixar o ambiente em uma temperatura agradável. 

Também segundo o Guia argentino, é recomendado escolher um aparelho adequado ao tamanho da sala que vai climatizar. Se for usar um ar-condicionado, mantenha as portas e janelas fechadas para evitar troca de calor com o ambiente externo. 

No inverno também é importante ficar atento às dicas para melhorar a eficiência de aquecedores. Além de escolher o produto mais adequado ao tamanho do lugar, também é indicado instalar portas e janelas bem vedadas. Se possível, invista em vidros duplos. Desta forma, você mantém sua casa mais isolada e economiza no aquecimento.

O Guia também indica que baixar o termostato em 1ºC no inverno pode gerar uma economia de 10% a 20% no consumo de energia com aquecimento. 

Fonte: National Geographic

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