Suspeito de mandar matar Marielle Franco já ameaçava outra deputada

Segundo a ex-deputada, Brazão passou a ameaçá-la em meio à tramitação de um projeto de lei ao qual ela propôs uma emenda para afastar do mandato deputados que fossem processados por casos de corrupção

Ex-colega de Domingos Brazão na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a ex-deputada estadual Cidinha Campos afirma que era constantemente ameaçada de morte por ele, que foi preso neste domingo sob suspeita de mandar matar a vereadora Marielle Franco, em março de 2018.

Foto: ReproduçãoEx-deputada estadual Cidinha Campos
Ex-deputada estadual Cidinha Campos

 Cidinha detalhou as origens da rixa e das ameaças. Segundo a ex-deputada, Brazão passou a ameaçá-la em meio à tramitação de um projeto de lei ao qual ela propôs uma emenda para afastar do mandato deputados que fossem processados por casos de corrupção em mandatos anteriores. A ex-deputada teve cinco mandatos na Alerj.

“Ele era muito agressivo, fingia ser bom moço”, disse a Cidinha, que passou a investigar Brazão. “Fui fazendo um histórico desse homem, que já devia estar na cadeia há muito tempo. Ele é um bandido perigoso e nunca ninguém ligou para isso. Ele passava por mim e dizia ‘eu vou te matar, sua filha da puta’. Era um prazer dele ameaçar pessoas. Eu chegava e contava, eu dizia, as pessoas têm dificuldade de acreditar. Acreditar dá trabalho”, afirmou.

Foto: Reprodução/GloboQuem é Domingos Brazão, homem acusado de mandar matar Marielle
Domingos Brazão, homem acusado de mandar matar Marielle

Segundo a ex-deputada, mesmo diante de ameaças e xingamentos feitos abertamente, que ela denunciou no plenário da Assembleia, os outros deputados e as autoridades não tomavam medidas contra Domingos Brazão.

“Ele era muito apadrinhado na Alerj, muito protegido, ficou por isso mesmo, tudo que eu falei dele ficou por isso mesmo, até que ele matou a Marielle”, disse ela. “Todo mundo tinha medo do Brazão. Falava dele e todo mundo ‘esse não, esse é matador’. Sabiam e ninguém fazia nada. A história era pública, todo mundo comentava que ele era matador, ninguém tinha coragem de fazer nada”, completou.

Fonte: JTNEWS com informações do Metrópoles

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