Vencendo a ansiedade com a arte, a partir da resiliência e da disposição
Existem vários estudos que comprovam que a arte auxilia na saúde mental, ela se aprofunda na alma das pessoas, em seus desejos, instintos e entra nos locais mais sóbrios, trazendo luz![Graziela e o livro: live de lançamento ocorreu em 01/09/21 (Foto: Instagram/Graziela) Graziela e o livro: live de lançamento ocorreu em 01/09/21 (Foto: Instagram/Graziela)](/media/image_bank/2021/9/graziela-e-o-livro-live-de-lancamento-em-010921.jpg.1000x0_q85_crop.jpg)
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![Multitarefas: Aquarelista, ilustradora, bordadeira (Foto: Instagram/Graziela) Multitarefas: Aquarelista, ilustradora, bordadeira (Foto: Instagram/Graziela)](/media/image_bank/2021/9/multitarefas-aquarelista-ilustradora-bordadeira.JPG.1000x0_q85_crop.jpg)
Essa pandemia tem sido difícil para todo ‘mundo’. Para Graziela Mantovaneli não foi diferente. Os dias de isolamento, as más notícias do mundo e ao seu redor, lhe trouxeram o diagnóstico de Síndrome do Pânico. Em meio às crises e sessões de terapia, ela não se entregou à angústia e resolveu usar a arte como escape.
A arte faz parte de sua vida, desde criança. Sua mãe, Gislene, bordava e fazia crochê para sustentá-la e mais dois irmãos (Luís e Luana). Para ficar mais perto da mãe, que cuidava da casa e bordava no restante do dia, Graziela pegava um pedaço de pano e as sobras das linhas, observando, atentamente, cada movimento de suas mãos; mesmo com tantos trabalhos, sua mãe a ensinava, pacientemente.
Foi assim que sua genitora percebeu que ela gostava de desenhar e de trabalhos manuais, matriculando-a em aulas de pintura em tecido. Ela tinha, apenas, 10 anos de idade. Na adolescência, fez aulas de desenho e óleo sobre tela.
Sabendo que ela queria se aperfeiçoar em aquarela, seu marido, Diego, pesquisou e descobriu uma escola renomada na cidade do Rio de Janeiro, o Ateliê Chiaroscuro. Ela pode estudar pintura em aquarela, com a professora Chiara Bozzetti, graduada em Pintura, mestre em Artes Visuais e professora de aquarela.
![Graziela Mantovali: exemplo de resiliência e determinação](/media/image_bank/2021/9/graziela-mantovali-exemplo-de-resiliencia-e-determinacao.jpg)
Assim, realizou o sonho de aprender um pouco das técnicas, nos seis meses que morou na cidade. Voltou para a sua casa e foi desenvolvendo o que aprendeu, diariamente.
Mesmo trabalhando como enfermeira, nos dias de folga, fazia seus desenhos e aquarelas, decorando seu apartamento e presenteando aos amigos. Isso lhe ajudava a se desligar da dura realidade vivenciada em seu último setor de trabalho, um Centro de Tratamento de HIV, Hepatites e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), onde também eram atendidas mulheres e crianças vítimas de violência doméstica e sexual.
Ela sempre buscou trazer algum conforto e alívio a esses pacientes e quando chegava a sua casa, também necessitava de cuidar de sua saúde mental. Novamente, a arte se fazia presente, como uma válvula de escape. Em todas as fases de sua vida, sempre recorreu a esse artifício para aliviar os estresses do dia a dia, a dura realidade da vida.
Existem vários estudos que comprovam que a arte auxilia na saúde mental, ela se aprofunda na alma das pessoas, em seus desejos, instintos e entra nos locais mais sóbrios, trazendo luz. Ela nos ajuda em nossos dilemas mais íntimos e cotidianos. “A arte tem o poder de ampliar nossas capacidades para além dos limites originalmente impostos pela natureza. A arte compensa algumas de nossas fraquezas inatas, nesse caso, mais mentais do que físicas, fraquezas que podemos chamar de fragilidades psicológicas.”
Ela atua como “um guia para o autoconhecimento: a arte pode nos ajudar a identificar o que é central para nós, mas difícil de expressar em palavras. Boa parte do que é humano não está prontamente acessível na linguagem.
Podemos segurar um objeto artístico e dizer, de maneira confusa, mas significativa: ‘Isso sou eu’.” (livro Arte como terapia, de Alain de Botton). A arte nos leva a ver o velho de outra maneira, removendo a nossa casca e nos levando a olhar para o nosso interior e para fora dele também; a aprender a olhar para si e para o outro.
![A leveza e sensibilidade da arte de Graziela Mantovaneli falam mais do que as 'palavras'](/media/image_bank/2021/9/a-leveza-e-sensibilidade-da-arte-de-graziela-mantovaneli-fal.jpg)
Graziela conta que essa pandemia a estimulou a alçar novos voos. “Recebi um convite para ilustrar um livro sobre aleitamento materno: O livro AMAMENTAR - Entre o querer e o poder, da Dra. Lylian Dalete Soares de Araújo. Eu a conheci em 2015, enquanto atuava com enfermeira e participei de um curso de tutoria sobre aleitamento materno e alimentação complementar, ministrado por ela, por meio do Ministério da Saúde.
Pintar as aquarelas e fazer as ilustrações foi um enorme e um delicioso desafio e me fez sentir feliz e realizada. O livro foi lançado no dia 01/09/21 e já está disponível quem quiser adquirí-lo. Nele, ela fala sobre o caminho do aleitamento materno, de forma simples e descomplicada. Recomendo a leitura às futuras mamães, pais, avós, tios, padrinhos e aos profissionais de saúde.”
Além de ilustrar um livro, a artista decidiu dar mais asas aos seus sonhos e inaugurou a Dona Corujinha Ateliê, onde ela faz suas aquarelas, ilustrações, bordados e bordados aquarelados e envia para todas as cidades do Brasil. Em seu instagram @donacorujinhaatelie, ela mostra suas artes e um pouco do dia a dia do ateliê, para quem gosta de ver os processos criativos.
Filha de uma manualista (uma mãe que até hoje faz trabalhos manuais, como bordados e crochê), ela decidiu também seguir esse caminho. “É uma sensação maravilhosa ver sua arte decorando as casas e trazendo memórias afetivas nas vidas das pessoas. Isso me motiva a seguir levando beleza e leveza aos outros”, diz Graziela.
E você, o que tem feito para lhe trazer bem-estar? Todo esse isolamento social nos tem dado a oportunidade de ressignificar. Temos que sair dos momentos de sofrimento, e nos renovar, nos reciclar. Em breve, poderemos aglomerar, mas enquanto isso não é possível, temos que inovar, renovar, autocuidar e ter esperança. Ligue para um amigo, ouça uma música, faça uma caminhada, leia um livro, trabalhe com as mãos; comece devagar, mas não fique parado.
Encontre algo que goste de fazer e dedique-se a isso. Não exija muito de si, não se cobre tanto. Todos estão passando pelo mesmo momento. Cada um reage de uma forma. Mas acredite, vai passar!
Fonte: JTNEWS
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