A cajuína cristalina em Teresina

"Existirmos, a que será que se destina? Pois quando tu me deste a rosa pequenina, vi que és um homem lindo e que se acaso a sina, do menino infeliz não se nos ilumina, tampouco turva-se a lágrima nordestina, apenas a matéria vida era tão fina, e éramos olharmo-nos intacta retina, a cajuína cristalina em Teresina...", com essas frases, em uma tarde quente da capital piauiense, Caetano Veloso, grande nome da literatura, da música popular brasileira [Tropicália que o diga] e mundial, eternizaria através de sua dor, pela morte do então amigo e exponencial do movimento Tropicália, Torquato Neto, a tão famosa e saborosa cajuína.

Foto: Cássio Moreira/Codevasf

Cajuína Cristalina em Teresina

Caetano conta que fora fazer um show na capital piauiense, já após a morte de Torquato[suícidio em seu apartamento na cidade do Rio de Janeiro], aproveitando para visitar a casa de seu pai em Teresina, quando ambos começam a falar sobre o trágico ocorrido com o poeta, Caetano se desmonta em prantos, ao tempo que o pai de Torquato se retira e retorna para lhe consolar, oferece um copo de cajuina gelada e uma rosa bem pequena, muito comum na região, neste momento surge de imediato a inspiração para compor a majestosa e nostálgica canção que remete a boas lembranças e enaltece a bebida piauiense. https://globoplay.globo.com/v/3119899/ (segue vídeo).

Foto: Divulgação

Torquato Neto, Caetano Veloso e Capinam [uma geração especial de poetas], eternos, serão sempre...

Este é apenas um dos relatos históricos que circundam a charmosa e apaixonante capital piauiense, outrora chamada de cidade verde, hoje sem dúvida alguma, lembrada por ser a cidade da saborosa e nostálgica cajuína.

Foto: Jacinto Teles/JT News

Lázaro do Piauí, autor de 'Teresina' [minha Teresina não troco jamais...]

Como citou de forma apaixonada, em sua [nossa] canção: Teresina, Lazáro do Piauí [figura emblemática da cultura popular do estado do Piauí]. "Ai, troca, quem troca destroca, minha Teresina não troco jamais, no troca-troca, quem troca destroca, minha Teresina não troco jamais..."

Existirmos, a que será que se destina?

Feliz aniversário, Teresina!