21 de abril: Homenagem à figura heroica de Joaquim José da Silva Xavier "O Tiradentes"; por Brandão de Carvalho

"Durante sua vida, exerceu várias ocupações ou profissões, como tropeiro de animais, comerciante, minerador e finalmente militar, embora de graduação inferior aos seus pares"

Hoje (21/04) rememoramos e não comemoramos o trucidamento de um dos maiores heróis de nossa Pátria, o percursor de nossa independência, em pleno absolutismo da Coroa dominadora dos Portugueses no Brasil Colônia.

Foto: ReproduçãoJoaquim José da Silva Xavier
Joaquim José da Silva Xavier: O Tiradedntes

Sua história é cantada e decantada como um ícone, um mártir, que deu seu corpo e seus ideais como nenhum outro fez para livrar o Brasil da Coroa Portuguesa.
Como partícipe da Inconfidência Mineira sua meta era proclamar a Capitania de Minas Gerais como República independente, movimento localizado, ainda sem os abributos de uma unidade nacional, da nação brasileira, sendo entretanto, o primeiro e grande passo para a nossa independência do jugo português.

Durante sua vida, exerceu várias ocupações ou profissões, como tropeiro de animais, comerciante, minerador e finalmente militar, embora de graduação inferior aos seus pares.

As "Alterosas"  como nos expressamos hodiernamente, já tinha a extração de minérios, especialmente do ouro, a gula principal de nossos espoliadores que era levado para a Europa.

Como aprendemos nos primeiros compêndios, o apelido de Tiradentes vem do fato de também extrair dentes das pessoas, o que chamaríamos hoje de dentista prático, não existia ainda a profissão da Odontologia.

Diz a história oficial, que Tiradentes era um excelente comunicador, desbravador de ideais que logo se espargiam perante a população, com o fácil manejo das palavras que os mais eruditos não tinham, levando à frente a causa revolucionária que ostentava.

A Inconfidência ou Conjuração Mineira era exercitada por contratadores que não aceitavam a "Derrama", que seria a cobrança de suas dívidas pelo Império Lusitano.

Foto: IBRAM-MGMuseu da Inconfidência - em frente fica a Praça Tiradentes local onde a "cabeça" de Tiradentes ficou exposta por 3 dias
Museu da Inconfidência - em frente fica a Praça Tiradentes local onde a "cabeça" de Tiradentes ficou exposta por 3 dias

Como sempre existe um traidor nos planos humanos, quando se pretende conquistar uma causa, seja qual for, aparece Joaquim Silvério dos Reis para delatar o plano, em troca do perdão de suas dúvidas e da família, sendo suspensa a “Derrama”, iniciando-se a perseguição dos participantes, presos e julgados sem defesa, vigorando o absolutismo, isso em 1.789.

Tiradentes aderiu a essa movimentação como militar no posto de Alferes, seguiu em frente, pagou o preço da traição, como Judas fez a Cristo, seus bens confiscados, sua casa incendiada, suas terras eivadas de sal para que nada podesse produzir, tornando-se terra arrasada.

Foi apontado por alguns historiadores como líder dessa conspiração, embora não o fosse, segundo os estudiosos, mas tomou para si toda a responsabilidade para salvaguardar os seus companheiros de lutas.

Foto: Jacinto Teles/JTNEWSDesembargador Brandão de Carvalho, no sorriso está a alegria da missão cumprida
Brandão de Carvalho fala sobre vida e morte de Tiradentes

Tiradentes era o mais simples de todos em termos de graduação militar, e por tal motivo, como se diz hoje popularmente “o pau só quebra no lado mais fraco” foi sentenciado por traição à Rainha, enforcado, esquartejado, seu cadáver exposto no trajeto que ligava Rio de Janeiro a Minas Gerais, cujo trucidamento se deu no "Campo da Lampadosa".

Somente depois de quase dois séculos, no governo do Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, mais propriamente no dia 09 de janeiro de 1965, Tiradentes, enfim, recebe o perpétuo título de Patrono Cívico da Nação Brasileira.

Brandão de Carvalho é escritor, membro da Academia de Letras Jurídicas do Piauí e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado.

Fonte: JTNEWS

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