A política como ciência filosófica e no sentido do assistencialismo e de manutenção de poder; por Brandão de Carvalho

"Como poderemos mudar o mundo? Qual a receita? Já se passaram 2022 anos do tempo comum, pós Cristo, que deixou uma das mais belas passagens bíblicas de amor e compaixão, mas os homens ensurdeceram"

O conceito de política no seu mais puro significado aristotélico, herdado dos tempos imemoriais ungido de um conceito filosófico radiante e translúcido, sendo a ciência que tem por objetivo a felicidade humana no seu caráter individual na polis e na política em sua essência com a felicidade coletiva desse mesmo homem, num espectro mais abrangente, dessa mesma "polis".

Foto: Jacinto Teles/JTNEWSDesembargador Brandão de Carvalho, no sorriso está a alegria da missão cumprida
Brandão de Carvalho discorre sobre política como ciência filosófica e no sentido do assistencialismo e manutenção de poder

Como poderemos observar, apesar dos séculos já transcorridos, os sustentáculos da moral política se encontram alicerçadas no mais purificado conteúdo da moral humana.

Hoje, o termo política se vulgarizou como se fosse um palco com vários atores desavindos num ringue “ do vale tudo”.

Ideia preconizada pelos desvairados e tresloucados hábitos do homem, para alcançar o poder a qualquer custo, ignorando as regras mais elementares de uma política voltada ao bem comum, sem que se busque a felicidade tanto apregoada pelo filósofo grego.

Foto: Nelson Jr./SCO/STFMinistrio Alexandre de Moraes determina à PF que efetue buscas e prisões no Inquérito dos atos antidemocráticos
Ministrio Alexandre de Moraes do STF enfrentou no campo jurídico o ódio contra o Estado Democrático de Direito em 2022

A política como arte se despiu de suas vestes, rasgou-as ficando desnuda e imprópria para os olhos de quem tenta vê-la como o passaporte das misérias, das altercações malfazejas ao outro lado do caminho, que busca uma humanidade feliz, sedenta de alcançar os seus mais primários direitos: educação, saúde, segurança, habitação, justiça, dignidade, altruísmo espiritual e tudo aquilo que somatiza o mínimo pelo menos, numa convivência embora rasteira, mas não sub humana na linha extrema da pobreza que açoita muitos que vegetam desconsolados ao nosso lado. Não que sejam vítimas de uma sociedade, porque a sociedade também é vítima, em cada grau de sua involução.

Faço um parâmetro nos enfrentamentos desse agonizante ano de 2022 nas lutas político-partidárias, em que o poder, o dinheiro, as diatribes, a intolerância, o ódio desalmado, tem sido os ingredientes dessa perversa quantidade de pessoas (não diria humanidade), em que campeia de modo insólito a desunião, as amarras dos subterfúgios interesses que se alojam no poço jorrante dos desvarios de tantos, seja qual classe for, para se auto firmarem na pequenez de certos propósitos nada republicanos.

Foto: Diego Vara/ReutersPandemia em franca ascensão
A Pandemia foi uma catástrofe no Mundo todo, mas o 'negacionismo' no Brasil tendo à frente o mandatário da Nação contribuiu para o aumento vertiginoso do número de vítimas fatais

Essa pandemia de amoralidade se arrasta pelo planeta inteiro, desde as denominadas democracias do apelidado primeiro mundo, até os países mais miseráveis que servem de combustão para solver interesses imediatistas das aristocracias, derramando seu sangue e dilacerando o que lhe resta como indivíduo, não como gente, não como pessoa, mas como um objeto servivel aos desejos mesquinhos e deslavadamente amorais e anti cristãos , massa de manobras amorfas sem nenhum sentido na vida.

Vivemos num planeta cheio de vicissitudes, anomalias sociais, políticas, religiosas, com discursos mirabolantes. Lembrando a época do império romano dos Cezares, que o “pão e o circo”, faziam a festa para os moribundos sociais , que ainda hoje pensam se saciar, mediante as promessas mirabolantes dos encantadores de serpentes!

O que deveremos esperar do novo ano que nasce? Só mensagens de paz, de alegria, prosperidade, saúde, bem estar? Palavras, desejos, vontade, muitas das vezes ou quase sempre, se tornam retóricas repetidas!

Como poderemos mudar o mundo? Qual a receita? Já se passaram 2022 anos do tempo comum, depois de Cristo, que deixou uma das mais belas passagens bíblicas de amor e compaixão, mas os homens ensurdeceram.

Além do mais, perderam a voz quando falam para a turba, é só se entendem entre eles mesmos, contagiados pelo poder e pelo vil metal os dois maiores corruptores dessa humanidade pervertida da qual fazemos parte integrante, mas cremos que ELE voltará, os sinais estão próximos e oxalá poderemos está numa outra dimensão, alheia a esse Rosário de lágrimas.

Aonde mais as riquezas borbulham, minérios, gás, ouro, terras férteis, produção industrial, tecnologia armamentista de ponta, mercados de capitais, moedas fortes, exatamente ali se encontram os dominadores sobre os dominados, arrostando o seu poder belicoso no desenfreamento de interesses territoriais.

Foto: Reprodução/CNN BrasilExplosão é vista na capital ucraniana de Kiev nesta quinta-feira, 24 de fevereiro
Explosão é vista na capital ucraniana de Kiev na quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Com o fim da conquista, em detrimento de um povo escravizado e apátrida, em pleno século XXI, sob os olhares e as ajudas das grandes pontencias , sem o mínimo respeito a pessoa humana, imigrantes jovens, velhos, crianças, deficientes físicos, fugindo das atrocidades dos mísseis e das armas convencionais de altíssima tecnologia.

A Europa se transforma num estopim de uma terceira guerra mundial, em contraposição à Rússia, Ucrânia, Belorussia, Curdos, Turcos, outras minorias étnicas que se espalham em todos os continentes.

Foto: Handout/Vatican Media/AFPPapa Francisco
Papa Francisco: um expoente da defesa da Paz no Mundo; fez severas críticas à solulção dos conflitos por meio da estupidez da guerra

Em nome da Democracia, se vislumbra o alvorecer do autoritarismo, do autocracismo, perdulários exploradores do povo, que sobre a censura não pode gritar alto para ser ouvido , mesmo que não atendido, porque este mundo é do mais forte espezinhando a fragilidade dos humildes historicamente explorados.

A religião, em certos lugares, deixou de ser uma ligação entre o homem é seu Criador, se transformando também numa torrente de guerras, de infortúnios, em nome de um ser luciferiano com garras trucidantes sobre o povo dominado e execrado.

Brandão de Carvalho é escrtitor, membro da Academia Piauiense de Letras Jurídicas e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Piauí.

Fonte: JTNEWS

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