Alexandre de Moraes determina busca e apreensão e proíbe Janot de se aproximar de ministros e do STF
O ministro do STF, se utilizou de inquérito já aberto por determinação de Dias Toffoli, que sempre foi alvo de questionamentos na PGR, para determinar busca e apreensão contra JanotAo dizer que foi ao Supremo armado para matar Gilmar Mendes, Rodrigo Janot, conseguiu aglutinar uma maioria na corte em defesa do inquérito instalado por ordem do presidente, Dias Toffoli, para apurar a divulgação de informações falsas e ameaças a membros do tribunal. Ministros afirmam que, admitindo que chegou à beira do homicídio, o ex-procurador corroborou o entendimento de que foram nulos todos os pedidos feitos ao MPF de apurações de vazamentos e ofensivas contra eles.
O inquérito aberto por determinação de Toffoli é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes e sempre foi alvo de questionamentos na PGR. O novo procurador-geral, Augusto Aras, deverá acompanhar os desdobramentos da apuração. O mando, contudo, seguirá só com o Supremo.
A ex-procuradora geral, Raquel Dodge, chegou a reivindicar a suspensão do inquérito, mas Moraes rechaçou o pedido. Augusto Aras, por sua vez, não demonstra tanta discordância com o instrumento.
Integrantes do Supremo dizem que as declarações de Janot não só legitimaram a a abertura da apuração, como demonstraram a necessidade de manter e aprofundar as investigações.
O ex-procurador geral, Rodrigo Janot, foi acusado por ministros do STF de prevaricar diante das queixas de ataques à integridade dos ministros quanto estava à frente do Ministério Público Federal e, agora, de incitar agressões.
Nos bastidores, ministros disseram que são falas como as de Janot “que incentivam um louco como Adélio a matar um integrante do Supremo”. Adélio Bispo, considerado inimputável pela Justiça, foi o autor do atentado contra Jair Bolsonaro.
Entre procuradores, o clima era de desalento e inconformidade. Os que trabalharam diretamente com Rodrigo Janot disseram não reconhecer o ex-chefe e chegaram a afirmar que ele cometeu “suicídio moral”. O fato de a busca e apreensão ter sido autorizada no inquérito de Moraes foi alvo de críticas.
Integrantes da procuradoria disseram que a decisão do ministro foi “arbitrária”. Juízes, por sua vez, avaliaram que, se uma ameaça desse quilate a um integrante da corte ficasse impune, seria impossível impedir novas ofensivas.
Fonte: Folha de S. Paulo - Painel
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