Segurança Pública

Mais um policial penal é vítima do terror imposto por facção criminosa sob a impunidade do Estado do Pará

Criminosos invadiram o apartamento do policial penal Jeovane Acácio de Araújo Junior e escreveram diversas ameaças e xingamentos nas paredes da residência

Foto: Reprodução/Whatsapp
Pichações no apartamento do policial penal paraense Jeovane Acácio de Araújo Junior

Criminosos invadiram e picharam o apartamento do policial penal Jeovane Acácio de Araújo Junior, onde ele reside com seu colega de trabalho, o também policial penal Rosinaldo Ribeiro Serra. O crime aconteceu nessa terça-feira (13/04), enquanto os policiais estavam em serviço, em Titanlândia, Castanhal (PA).

Segundo as informações, o policial penal Jeovane Araújo estava no Complexo Penitenciário de Santa Izabel do Pará quando viu no grupo de Whatsapp do condomínio a postagem de uma moradora, que publicou uma foco da porta do seu apartamento, com o texto "CV TD2" pichado em tinta preta.

Jeovane Araújo então contatou o seu amigo Rosinaldo Ribeiro, que ainda não sabia do que havia acontecido, e comunicou também seu superior, que enviou uma equipe para acompanhá-los até o apartamento.

Os criminosos, além de terem vandalizado a porta, invadiram o local e realizaram inúmeras pichações com ameaças e xingamentos. Eles também furtaram um relógio banhado a ouro, dois perfumes importados e 5 camisetas.

Nenhum dos vizinhos soube informar o horário da invasão nem viu o momento em que o crime aconteceu. O policial penal Jeovane Araújo afirmou que não possui nenhum problema com alguém do condomínio, mas foi alertado que criminosos o tinham incluído em uma lista de policiais penais do estado que deveriam ser assassinados.

Além de Jeovane Araújo, também estavam na lista o coordenador de segurança Adriano Alencar de Sousa, o diretor Alexandre Costa de Aguiar Franco, o policial penal Josimar Machado de Vasconcelos e o policial penal Vando José Sousa Mendes.

O Pará tem registrado diversos atentados a policiais penais. Em matéria publicada pelo JTNEWS no último mês de março, foi confirmado que a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Pará (SEAP-PA) negociou com a facção criminosa acusada de determinar a matança de policiais penais no estado.

A Associação dos Policiais Penais do Brasil (AGEPPEN-BRASIL) informou ao JTNEWS que, com toda a atenção que o caso merece, está tratando com autoridades nacionais sobre o assunto. Existem três documentos que a Associação acredita que serão apreciados até a próxima semana. Um dos documentos é uma representação junto à Procuradoria-Geral da República, solicitando que o procurador-geral da República, Augusto Aras, requeira ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) um IDC (Incidente de Deslocamento de Competência) da Justiça do Estado do Pará para a Justiça Federal. 

Foto: Thanandro Fabrício/JTNEWS
Presidente da AGEPPEN-BRASIL, o policial penal Jacinto Teles

"Considerando a omissão do Estado do Pará, a ineficiência das autoridades daquele Estado, com relação ao combate aos atentados covardes contra policiais penais, que têm ocorrido nos últimos oito meses, em que aproximadamente duas dezenas de atentados já ocorreram nesse período no Pará e, no mínimo, dez policiais penais foram mortos covardemente. Diante dessa situação, não há como esses crimes serem apurados e julgados pelo Estado do Pará", afirmou o presidente da AGEPPEN-BRASIL, o policial penal Jacinto Teles.

"Esse caso precisa ser levado à Justiça Federal e, consequentemente, à Polícia Federal para a investigação imparcial, no combate ao crime organizado que aterroriza a Segurança Pública do Pará sem que o governador Helder Barbalho saia do silêncio sepulcral que ele se investiu", afirmou Jacinto Teles.

Além do procurador-geral da República, o documento também foi enviado ao ministro da Justiça, Anderson Torres, e ao presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, Márcio Schiefler. Confira a íntegra da Representação.

Fonte: JTNEWS

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