CPI da Pandemia: depoimentos de Fábio Wajngarten causam controvérsias
O ex-secretário de Comunicação do governo deu relatos confusos que acabaram irritando o relator, senador Renan Calheiros. Flavio Bolsonaro se apresentou no fim da reuniãoO ex-secretário especial de Comunicação Social Fábio Wajngarten que foi ouvido nessa quarta-feira (12/05) pela CPI da Pandemia, que investiga supostas omissões e irregularidades nos gastos do governo federal durante a pandemia.
Wajngarten então disse que tanto a pasta que comandou, quanto o Ministério da Saúde fizeram, desde o início da pandemia, no ano passado, 11 campanhas informativas sobre a COVID-19: quatro por meio da secretaria sete via Ministério da Saúde.
"A impressão que se tem é equivocada em dizer que o governo não comunicou com muita técnica e isenção e profissionalismo", disse Wajngarten em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.
Aos senadores, o ex-secretário – que esteve no governo de abril de 2019 até março deste ano – afirmou que sempre teve liberdade para estabelecer as estratégias de comunicação do governo federal. "Ao menor sinal de interferência, eu teria ido embora", disse Wajngarten, que é a quinta pessoa a prestar depoimento à CPI.
Sobre a Pfizer
Sobre sua participação na tentativa de compra do imunizante do laboratório americano, Fábio Wajngarten disse que, quando soube, em novembro do ano passado, que a Pfizer havia enviado uma carta oferecendo 500 mil doses de vacinas contra o novo coronavírus ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, levou o assunto ao presidente da República.
Segundo ele, a atitude "proativa" foi republicana e para ajudar. Segundo o ex-secretário disse que a carta chegou em setembro e permaneceu dois meses sem resposta do governo federal, até que, em 9 de novembro, ele mesmo respondeu à empresa. Apesar disso, Wajngarten negou ter participado de negociações para aquisição do imunizante.
No entanto, representantes da vacina Pfizer irão depor no dia de hoje (13/05) na CPI, onde também será abordado o tema.
Entrevista à revista Veja
Por várias vezes, o ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) foi questionado sobre entrevista concedida no final de abril por ele à revista Veja na qual disse que houve “incompetência nas negociações de compra de vacinas” por parte da equipe do Ministério da Saúde, então comandado por Pazuello.
Já no depoimento dessa quarta-feira, Wajngarten elogiou o ex-ministro. "Pazuello foi corajoso de assumir uma pasta no pior momento do Brasil e do mundo. Poucos teriam coragem de sentar no ministério no meio de uma pandemia."
Sobre a entrevista, Wajngarten disse que se referia à "morosidade" do sistema público. "Incompetência é ficar refém da burocracia, morosidade na tomada de decisões é um problema em casos excepcionais como temos na pandemia. A não resposta da carta [da Pfizer], o não retorno no tempo adequado numa pandemia", disse aos senadores.
Diante da mudança de tom do depoente, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), vai solicitou à revista a gravação na íntegra da entrevista, que já está disponível em uma matéria da própria revista.
Flávio Bolsonaro e Renan Calheiros
Flavio Bolsonaro não é integrante da CPI, mas pediu a palavra ontem após o senador Calheiros mencionar o pedido prisão de Fabio Wajngarten. Flavio declarou: "Imagina a situação: um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros. Olha a desmoralização."
Após ser chamado de vagabundo, Renan disse que considerava o xingamento um "elogio" vindo de um parlamentar como Flavio e completou "Vagabundo é você, que roubou dinheiro do pessoal no seu gabinete" se referindo ao processo das rachadinhas que Flavio responde na Justiça.
Na sequência, Flávio Bolsonaro disse que Renan quer "aparecer", e usar a CPI como "palanque". Omar Aziz, então, pediu calma aos senadores. "Estou tentando equilibradamente tentar conduzir as coisas e as agressões entre senadores, isso não vai levar a lugar nenhum”, disse o presidente da CPI.
Fonte: JTNEWS com informações da Agência Brasil
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