Funcionários da Casa da Moeda estão parados
Os servidores protestam contra a retirada de direitos e o plano do governo Bolsonaro de privatização da empresaMais de 800 trabalhadores e trabalhadoras da Casa da Moeda fizeram uma grande ocupação da sede da empresa ao longo da tarde e noite da última da última sexta-feira (10).
Estatal responsável pela fabricação de notas e moedas de real, dos passaportes emitidos pela Polícia Federal (PF) e de selos postais e fiscais, paralisaram os serviços.
Os servidores protestam contra a retirada de direitos e o plano do governo Bolsonaro de privatização da empresa. A entrevista do diretor de gestão da Casa da Moeda, Fabio Rito Barbosa, ao Jornal GloboNews , na manhã da última sexta-feira serviu como o estopim que provocou a paralisação da estatal.
Estratégica para o país, a Casa da Moeda hoje tem aproximadamente 2 mil funcionários e foi incluída pelo governo Bolsonaro, em 2019, no Plano Nacional de Desestatização. O objetivo do governo era cortar gastos e preparar a empresa para a venda, mas a categoria resistiu e apenas 137 trabalhadores aderiram ao plano de demissão voluntário do governo.
Em entrevista à revista Expressão, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Casa da Moeda do Brasil, Aluizio Junior, criticou a narrativa do governo de que a privatização é necessária em função do prejuízo da empresa.
“Em 2017, o governo descontinuou o serviço de Sicobe, que controlava a produção dos envasadores de bebidas frias como a Coca-Cola, Ambev, Itaipava e Petrópolis, que representavam, naquele ano, 60% do faturamento bruto da Casa da Moeda. Então, o governo retira R$ 1,4 bilhão do faturamento da Casa da Moeda, fazendo com que no primeiro ano depois de 320 anos de existência da empresa, que a Casa da Moeda desse um prejuízo fabricado pelo próprio governo”, afirmou.
O movimento recebeu manifestações em solidariedade à ocupação nas redes sociais e foi um dos assuntos mais comentados do Twitter na última sexta-feira. Através da rede social, trabalhadores e trabalhadoras registravam a ocupação pacífica que exigia a renúncia do diretor. Os manifestantes também solicitaram à emissora GloboNews um direito de resposta à entrevista do diretor de gestão, mas a emissora, ignorando as condutas da boa comunicação e do bom jornalismo, não atendeu o pedido.
A ocupação durou até o começo da madrugada e deixou um saldo de muita unidade entre a categoria, que refuta o discurso de corte de gastos e de privatização da empresa.
Fonte: Portal CTB
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