Lula promete fortalecer repasses e recuperar Sistema Único de Assistência Social

Previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de 1993, consolidado em 2005, o Suas articula a atuação dos governos no âmbito da Política Nacional de Assistência Social (PNAS)

Nessa segunda-feira (05/09), durante encontro no centro de São Paulo, com assistentes sociais e representantes da Frente Nacional de Defesa do Sistema Único de Assistência Social (Suas), o  candidato à Presidência pelo Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou aumentará repasses e fortalecerá do Suas.

Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação/InstagramLula com assistentes sociais em São Paulo
Lula com assistentes sociais em São Paulo

“Nós vamos ter que reconstruir o Brasil que eles destruíram. O Suas vai voltar a funcionar muito mais forte, muito mais preparado e com muito mais recursos para que vocês possam, cada vez mais, atender as pessoas com mais decência”, disse o petista.

“A gente voltando, nós vamos tomar posse dia 1º e a gente vai ter que começar a cuidar dessas coisas no primeiro dia. No primeiro dia, a gente vai ter que dizer claramente o que que a gente vai fazer com esse povo mais pobre, mais vulnerável”, afirmou.

No evento, Lula recebeu uma carta com propostas para o setor. Previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de 1993, e consolidado em 2005, o Suas articula a atuação dos governos municipal, estadual e federal no âmbito da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). É por meio do organismo que são promovidas ações de proteção social. O sistema e o combate à fome também foram mencionados pela campanha petista nas diretrizes do plano de governo entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em agosto.

Ao JTNEWS, a assistente social, presidente do Sindicato dos A.S do Piauí, Presidente da RefemAS, e ativista de movimentos sociais e Sindicais, Alcidiana Carvalho, destacou que tratar de pautas como o Sistema Único da Assistência Social é de extrema importância e ressaltou que são mais de 600 mil trabalhadores do SUAS. Segundo Alcidiana, somente no Piauí fazem parte da classe 5 mil profissionais entre bacharéis do Serviço Social e Assistentes Sociais (na ativa e inativa).

“Exigimos que seja construído o que Bozo [Menção a Jair Bolsonaro] destruiu e seja feita a reconstrução o SUAS assim como todas as demais políticas públicas e sociais e a legislação social que recuou cerca de 30 anos”, destacou.

Foto: Arquivo pessoal cedido ao JTNEWSAssistente social Alcidiana Carvalho
Assistente social e também Coordenadora Geral da Frente Povo Sem Medo Piauí, Alcidiana Carvalho

No documento, a chapa Lula-Alckmin defendeu que é “imperativo a reconstrução e o fortalecimento do SUAS e a garantia de acesso a ações de inclusão produtiva no campo e nas cidades, em todos os territórios brasileiros, aliando escala e respeito às diversidades regionais”.

O texto também destacou que é necessário centralizar esforços para enfrentar a fome e garantir o acesso de brasileiros à assistência social. Em vídeos exibidos durante o evento, a campanha de Lula reforçou o desejo de “investir no atendimento e ampliação de pessoal” do Suas.

O candidato do PT também afirmou que, se eleito, não delegará o comando da assistência social para a mulher, Janja – o tema é frequentemente associado às primeiras-damas, não só no Brasil.

"Não tem essa de primeira-dama ficar cuidando da assistência social. Quem vai cuidar da assistência social é alguém especialista. Tem um milhão de coisas para ela fazer, tem 500 mil coisas para você também fazer. Ou seja, nós temos é que valorizar os profissionais da área”, afirmou.

Entre os participantes do evento estavam Fernando Haddad (PT), Márcio França (PSB), os ex-ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias e Márcia Lopes, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o padre Júlio Lancellotti.

No encontro desta segunda, Lula voltou a defender uma reforma tributária para enfrentar a desigualdade social. Para isso, o ex-presidente repetiu a tônica de que a militância precisa eleger congressistas alinhados à chapa Lula-Alckmin.

“Não é falta de dinheiro e vamos provar que não é falta de dinheiro. [...] Vamos ter que eleger bastante deputados, senadores, porque nós precisamos fazer uma nova política tributária nesse país. A gente tem que desonerar o salário para poder onerar as pessoas mais ricas desse país. Lucros e dividendos têm que pagar Imposto de Renda. Não é possível que a gente não consiga fazer uma política tributária que garanta o Estado arrecadar o suficiente para cuidar do seu povo”, disse.

“Se vocês votarem nas pessoas que acreditam que faz orçamento secreto, nesse orçamento secreto não vai sobrar dinheiro para a gente cuidar do Suas, para a gente reorganizar o Suas, para dar força para que as políticas sociais possam acontecer nesse país”, acrescentou.

O ex-presidente ainda questionou empréstimos feitos por governos estrangeiros a bancos e a países em busca de financiamento de guerras.

“Todo mundo diz que não tem dinheiro, que é difícil, mas, quando teve a crise econômica de 2008, que quebrou um banco americano, trilhões e trilhões de dólares foram colocados no mercado para salvar os bancos. Trilhões e trilhões de dólares foram colocados no mercado para a guerra do Iraque. Agora, outros bilhões e bilhões estão sendo colocados para fornecer arma para a Ucrânia. Por que que não há esta generosidade em dar essa quantidade de dinheiro para as crianças tomarem café, almoçar e jantar todo santo dia?”, indagou.

Bolívia no Mercosul

Mais cedo, o petista se encontrou com o presidente da Bolívia, Luis Arce, em um hotel na capital paulista. O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, um dos participantes do encontro, afirmou à imprensa que o ex-presidente se comprometeu a defender, se eleito, a entrada da Bolívia no Mercosul.

“O presidente Lula se comprometeu, caso eleito, acelerar a integração da Bolívia no Mercosul, que é muito importante para as relações internacionais, relação com a Europa, relação com a China”, declarou Amorim.

A Bolívia pediu formalmente a adesão ao bloco em 2006. De lá para cá, somente o Brasil não deu aval à entrada do país. Apesar da sinalização de Lula, a chancela cabe ao Congresso Nacional.

“Evidentemente que o Congresso é soberano, mas não tenho a menor dúvida de que Lula fará esse esforço. É muito importante para a Bolívia e importante para nós, porque a Bolívia no Mercosul também nos facilita o contato com todo o conjunto da Comunidade Andina, que ela também é membro”, afirmou o ex-ministro.

Confira a íntegra do encontro de Lula com assistentes sociais em São Paulo:

Fonte: JTNEWS com informações do G1

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