PF investiga indícios de financiamento do governo a sites com conteúdo antidemocrático
A investigação faz parte de inquérito aberto em 21 de abril por decisão de Alexandre de Moraes atendendo a pedido feito no dia anterior pela PGRA Polícia Federal (PF) investiga indícios de que o governo do presidente Jair Bolsonaro financiou pessoas e páginas na internet dedicadas à propagação de atos e publicações contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
A informação foi divulgada pelo jornal O Globo nesta sexta-feira (17), que teve acesso a um relatório dos agentes federais.
De acordo com documento, a PF aponta pela primeira vez a relação dos atos com pautas antidemocráticas com o governo federal e se houve publicidade nos sites com recursos públicos.
A investigação faz parte de inquérito aberto em 21 de abril por decisão de Alexandre de Moraes atendendo a pedido feito no dia anterior pela PGR. Na ocasião, o procurador-geral da República, Augusto Aras, apontou a necessidade de "apurar fatos em tese delituosos envolvendo a organização de atos contra o regime da democracia participativa brasileira, por vários cidadãos, inclusive deputados federais".
Segundo o jornal, os indícios chegaram à PF por meio da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News do Congresso Nacional, que enviou à corporação informações de que a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) veiculou publicidade em sites que propagam ações antidemocráticas.
A delegada Denisse Dias Ribeiro afirma no relatório que o objetivo da investigação é saber se integrantes do governo federal tinha ciência do financiamento dessas páginas.
"A investigação tem o objetivo de checar se essa ocorrência se deu por culpa ou por ação ou omissão deliberada de permitir a adesão da publicidade do governo federal, e a consequente monetização, ao conteúdo propagado. Outro ponto a ser elucidado (e que complementarão a análise do material já em curso) é se essa conduta ocorreu por vínculos pessoais/ideológicos entre agentes públicos e os produtores de conteúdo ou mesmo por articulação entre ambos", disse em despacho.
Em 19 de abril, o presidente Jair Bolsonaro discursou em um ato com pautas antidemocráticas. A manifestação estava repleta de cartazes e placas que defendiam a intervenção militar e o fechamento do Congresso Nacional e do STF. Procurado pela imprensa, o Planalto disse que não comentará o assunto.
Fonte: Poder360
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