Cadê minha mãe? Livro retrata realidade de crianças filhas de mães privadas da liberdade
A autora, Giulieny Matos, trabalhou na área de segurança pública por mais de 20 anos, mais especialmente no Sistema Prisional do Distrito Federal; parte desse tempo foi na Penitenciária FemininaEm entrevista ao JTNews, diretamente de Brasília, a escritora Giulieny Matos, que é formada em Relações Internacionais pela Universidade Nacional de Brasília (UNB) e Administração, trabalhou mais de 20 anos no Sistema Penitenciário do Distrito Federal e, nesse contexto do labor prisional, Giulieny foi tocada pela realidade vivenciada no contato com mulheres-mães privadas da liberdade, e principalmente as crianças filhas dessas habitantes do cárcere, estas que tornaram-se 'o alvo' de seus textos que hoje são lidos não somente no Brasil, mas em outros países.
Assim, convivendo com pessoas em plena situação de vulnerabilidade social, Giulieny Matos não teve como ignorar a realidade desses seres humanos [que inevitavelmente também passou a ser sua realidade], teve que procurar entender melhor toda essa problemática, não somente isso, procurou fazer com que outras pessoas também entendessem, e para isso se dispôs a escrever diversos livros nessa área, textos ilustrativos e de breve leitura, mas de um conteúdo bastante profundo e, sobretudo de um valor social e sentimental extraordinário.
"Cadê minha mãe?" O livro conta a história do cotidiano de uma criança cuja mãe vai presa e os conflitos que isso pode causar na criança, como sentimento de abandono, culpa e raiva.
Traz superação diante de desafios, resolução de conflitos interiores e de uma vida vivida com obstáculos e vitórias. O livro termina com o incentivo para brincar, sonhar e, sobretudo, estudar. Giulieny contou de onde surgiu a ideia e o incentivo de transformar a vivência da penitenciária em auto-ajuda para crianças nessa situação.
"Eu venho falar das crianças invisíveis. Filhos de detentas do Sistema Penitenciário. O livro é baseado em fatos reais. Uma das cenas eu mesma vivi na Penitenicária Feminina do Distrito Federal. A criança saiu desesperada quando tocou a sirene da hora de ir embora, se agarrou em uma cerca gritando que queria sua mãe e queria ficar com ela. Essas cenas são de partir o coração. Então essa semente ficou guardada no meu coração", contou emocionada Giulieny Matos, ao JTNews.
Giulieny, contou ainda como conseguiu chegar à escolas do Distrito Federal: "Surgiu uma oportunidade na Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Eu participei com a ideia do livro e felizmente foi aprovada, nasceu {o livro] e já está visitando as escolas", completou a autora.
Os relatos enviados à autora mostram a ajuda que ele [Cadê Minha Mãe?] tem proporcidado. Em um deles, a professora Ana Lúcia Machado conta a experiência do livro com um aluno que teve que morar com a avó devido a reclusão dos pais e respondia com violência por não conseguir expressar sentimentos.
"O livro foi uma ferramenta, um instrumento poderoso nessa transformação, nessa abertura ao diálogo e na resolução dos problemas, nessa aceitação da situação e da não-culpa na condução do coração dessa criança, para ela seguir feliz, aliviada e mais tranquila na vida", disse Ana Lúcia.
Giulieny Matos fala ainda sobre a representatividade. "É uma história de superação, a dramática que a criança vive, seus pensamentos a tristeza, a mudança para uma casa que não é dela. A pessoa que nunca pensou em quem passa por essa situação, ao ler o livro, começa a pensar e a entender que ela é uma vítima dessa nossa sociedade maluca e que ela precisa ter os seus cuidados", observa a escritora.
A autora conclui seu relato sobre a temática dizendo assim: "Não desdenhe nem rejeite essa criança. Se você pode ajudar, se pode fazer um projeto social voltado para esse nicho, faça. Se for professor e puder fazer algo na sua sala de aula, faça. Tenho relatos e testemunhos de crianças que mudaram o comportamento e professores que mudaram a própria visão e atitude de como lidar com esses casos. Estou mudando o que posso por meio da literatura, você também pode mudar", concluiu entusiasmada, Giulieny.
Os livros estão sendo vendidos via WhatsApp (061 98131-6214) ou pelo e-mail: [email protected], cujo preço é acertado diretamente com a autora, adquira o seu e não se arrependerá.
Fonte: JTNews
Comentários
Últimas Notícias
- Geral Criança atropelada por namorado do influenciador Lokinho sai do coma no HUT
- Geral Homem é morto com golpe de faca no peito no Mercado Público de Altos
- Geral Diretor de escola é afastado após publicar comentário racista no Dia da Consciência Negra
- Política Pactos pelo Piauí reunirá mais de 200 prefeitos eleitos e reeleitos nesta quinta (21)
- Cultura Consciência Negra: legado de Júlio Romão e o 'débito' que o Piauí tem com sua memória
Blogs e Colunas
Mais Lidas
- Geral Confira o que abre e fecha no feriado da Consciência Negra nesta quarta-feira (20) em Teresina
- Geral Coronel tramou morte de Moraes com dados roubados após batida de carro
- Segurança Pública Menor suspeito de executar adolescente afirma ter prazer em matar, diz delegado
- Segurança Pública Justiça determina prisão domiciliar de médica presa em operação contra lavagem de dinheiro
- Geral Candidato à presidência da OAB/PI critica falta de representatividade e defende valorização da advocacia