Justiça decreta prisão do terceiro envolvido na morte de Dom Phillips e Bruno Araújo
Dois homens estão detidos pela morte de Bruno e Dom: Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, e o irmão dele, Oseney de Oliveira, o Dos SantosNessa sexta-feira (17/06), a Polícia Federal afirmou que um terceiro suspeito de participar da morte do indigenista Bruno Pereira, 41, e do jornalista britânico Dom Phillips, 57, está foragido.
Jeferson da Silva Lima é conhecido como "Pelado da Dinha". A Justiça Estadual em Atalaia do Norte (AM) expediu um mandado de prisão contra ele.
"A PF e a PC [Polícia Civil] continuam envidando esforços na localização e prisão do elemento foragido. Solicita, ainda, àquele que tiver alguma informação que possa contribuir com as buscas, que comunique as autoridades imediatamente", afirmou a Polícia Federal em nota.
Detalhes sobre o envolvimento desse suspeito no caso não foram divulgados. Dois homens estão detidos pela morte de Bruno e Dom: Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, e o irmão dele, Oseney de Oliveira, o Dos Santos.
Pelado prestou depoimento na terça (14) e confessou ter participado da morte do indigenista e do jornalista, de acordo com a polícia.
Na quarta-feira (15), ele levou os investigadores ao local do crime. Dois corpos foram localizados na região. A perícia concluiu nesta sexta que um deles é de Dom.
A reportagem apurou que Pelado mudou sua versão dos fatos. Em um primeiro momento, ele apontou duas pessoas como autoras do assassinato e disse ter participado da ocultação dos cadáveres. Agora, afirma que ele também realizou os disparos contra Bruno e Dom.
Fontes ouvidas pela reportagem dizem que a confissão só foi feita por Pelado. Dos Santos disse não ter participação no assassinato. Pelado também nega que seu irmão tenha agido no caso.
A polícia ainda apura a motivação do crime. Como mostrou a Folha, investigadores que atuam no caso têm afirmado reservadamente que as evidências e provas até o momento reforçam a hipótese de que as atividades ilegais de pesca e a caça na região são o pano de fundo do caso.
"As investigações também apontam que os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito", afirmou a PF em nota.
O comunicado indignou a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari). De licença não remunerada na Funai, Bruno Pereira trabalhava como fomentador da vigilância indígena na instituição. "O requinte de crueldade utilizado na prática do crime evidencia que Pereira e Phillips estavam no caminho de uma poderosa organização criminosa que tentou a todo custo ocultar seus rastros durante a investigação", afirma a entidade indígena.
A Univaja afirma que o grupo criminoso é formado por caçadores e pescadores profissionais e foi descrito em documentos enviados ao Ministério Público Federal, à própria PF e à Funai.
O caso aumentou a pressão internacional sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL). Na quarta-feira (15/06), antes da descoberta dos remanescentes humanos, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que estava "muito preocupado" com o desaparecimento do britânico.
Após dizer que Bruno Pereira e Dom Phillips faziam uma "aventura não recomendada" pelo Vale do Javari, Bolsonaro desejou na quinta (16/06) sentimentos e confortos aos familiares do indigenista e do jornalista.
Fonte: Folhaprees
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