Políticos criticam fala do governador de MG sobre a criação de uma frente Sul-Sudeste contra o Nordeste

"Quem apostar contra a união do povo brasileiro, vai perder", disse o governador Rafael Fonteles, em resposta contra a fala preconceituosa do do governador de Minas Gerais, Romeu Zema

Políticos de diferentes partidos e o Consórcio do Nordeste criticaram o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por uma fala em que ele defende “protagonismo” do Sul e do Sudeste. Governadores nordestinos indicam que a declaração incita uma “guerra entre regiões” do país. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada no sábado (05/8), Zema afirmou que os 7 Estados do Sul e do Sudeste se juntaram formalmente no Cossud (Consórcio Sul-Sudeste).

Foto: Gil LeonardiRomeu Zema, Governador de Minas Gerais
Romeu Zema, Governador de Minas Gerais

“[…] já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político. Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população, se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos”, disse o governador de Minas Gerais.

Para ele, os Estados do Sul-Sudeste passam a ter mais peso agindo em grupo e isso foi comprovado com a análise da Reforma Tributária da Câmara. 

Agora, segundo Zema, os governadores da região estão dialogando com o Senado para “que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos”, de que as regiões do Sul e do Sudeste não recebem “nada” por serem ricas.

“Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década. Se não você vai cair naquela história, do produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”, disse Zema.

As falas levaram a críticas de que ele estaria incentivando a divisão e ao “lampejo separatista”, como citado pelo Consórcio Nordeste.

“Ao defender o protagonismo do Sul e Sudeste, [Zema] indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento”, diz nota do Consórcio Nordeste desse domingo (06/8).

E continua: “Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual”, diz a nota do Consórcio Nordeste.

Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), saiu em defesa do Cossud. “Não tem nada a ver com frente de Estados contra Estados ou de região contra região”, disse o governador gaúcho. “Entre essas pautas [as do Consórcio] não está descriminar, desunir e desintegrar nenhuma parte da Federação”, afirmou o governador do Rio Grande do Sul.

Vários políticos de diferentes estados da Federação se manifestaram contra a fala do governador mineiro. Entre eles, o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT),que se posicionou de forma contraria a fala preconceituosa e xenofóbica de Romeu Zema.

Foto: Reprodução/ Redes SociaisGovernador Rafael Fonteles repudia fala do governador de Minas Gerais
Governador Rafael Fonteles repudia fala do governador de Minas Gerais

Outros políticos que também se posicionaram contra a fala de Romeu Zema a classificaram como "inapropriada", "xenofóbica", "fascista". Ministro da Justiça, o maranhense Flávio Dino acusou Zema de está contra o art.19 da Constituição Federal de 1988, que diz que é "proibido criar distinções entre brasileiros e preferências entre si".  

Fonte: JTNEWS com informações do Poder360

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