STF julga se governo devolverá R$ 258 bi a empresas por confusão em imposto
Os ministros da Corte vão analisar uma série de questionamentos da AGU sobre uma decisão tomada pela Corte em 2017, envolvendo cobrança de impostosEstá previsto para começar nesta quarta-feira (12/5), no STF (Supremo Tribunal Federal), um julgamento que pode ter um impacto bilionário para a União. Os ministros da Corte vão analisar uma série de questionamentos da AGU (Advocacia-geral da União) sobre uma decisão tomada pela Corte em 2017, envolvendo cobrança de impostos.
Na época, o plenário do Supremo determinou que o ICMS, imposto estadual, não deve integrar a base de cálculo de dois tributos federais, PIS e Cofins. Mas o STF não decidiu, na ocasião, a partir de quando essa determinação valeria. É isso que deve ser definido agora. Dependendo do desfecho, o STF pode obrigar o governo a devolver às empresas até R$ 258,3 bilhões.
Governo tenta limitar impacto
Em caso de derrota do governo, as empresas que fizeram contribuições indevidas no passado poderão pedir o ressarcimento de impostos relativos aos cinco anos anteriores à data em que pediram reparação, como prevê o Código Tributário Nacional. Mais de 10 mil processos nesse sentido já correm em várias instâncias da Justiça, segundo o Supremo.
Em tese, o julgamento desta quarta pode até reverter o resultado de quatro anos atrás, mas a meta realista do governo é outra: que aquela decisão sofra uma "modulação", ou seja, que só passe a valer no futuro ou, pelo menos, a partir da decisão de 2017.
Com isso, a maior parte das compensações previstas não precisaria ser feita. "O maior problema para a União se dá em relação aos valores que podem ser compensados", avalia o advogado Luciano Bernart, especialista em Direito Tributário e presidente executivo da ABDConst (Academia Brasileira de Direito Constitucional).
"Muitas empresas, especialmente as grandes, podem apresentar à Receita uma declaração de compensação, e o retorno é bem mais rápido do que pela via judicial. E aí o impacto para os cofres públicos pode mesmo ser significativo", explica Bernart.
Se resultado for revertido, empresas saem perdendo
Se, por outro lado, houver uma reviravolta que passe a considerar válida a incidência do ICMS, as empresas é que sairão perdendo.
Isso porque muitas delas têm agido desde 2017 como se a decisão do STF fosse definitiva, apesar de ainda estar sujeita a recursos. À Receita, as companhias têm pedido as chamadas compensações tributárias, por meio da qual declaram ter créditos a receber e pagam menos impostos.
Pressão
O processo tem preocupado o governo desde que entrou no radar do tribunal, em abril. O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a se reunir com o presidente do STF, ministro Luiz Fux, para argumentar a favor da posição do governo. De outro lado, contudo, dezenas de entidades ligadas à indústria e ao comércio pressionam em sentido contrário.
Os ministros têm alinhado suas posições nos bastidores e devem optar por uma solução intermediária: manter o entendimento de que a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins é inconstitucional e, por isso, não deve ser aplicada.
Os efeitos da decisão, porém, valeriam só a partir de 2017, evitando a perda bilionária do governo e mantendo o entendimento favorável aos empresários.
A discussão corre no Supremo há quase 15 anos. Em dezembro de 2007, uma indústria fabricante de óleos em Araucária (PR) acionou o Supremo contra uma decisão do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) que julgou válida a inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições.
O julgamento em 2017, que finalmente definiu a questão, foi apertado: os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes votaram contra o pedido da empresa, mas a posição deles perdeu por seis votos a quatro.
Fonte: JTNEWS com informações da UOL
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